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Quer ir jantar com o homem mais poderoso do mundo no próximo dia 22 de Maio, no seu clube de golfe exclusivo, seguido do direito de uma visita à Casa Branca? Na internet, Donald Trump deixava instruções muito claras para os candidatos: Digam ao Presidente quantos criptomemes com o seu nome e da sua mulher têm na carteira. Como seria de esperar, o anúncio levou a uma corrida aos criptomemes Trump e Melania, que num só dia valorizaram 60%. Quem ganhou com a cedência da imagem do poder político democrático à negociata? Donald Trump, claro está.
Durante as barafundas com as tarifas, com as perseguições a juízes ou a jornalistas, as ameaças de anexação do Canadá ou da Gronelândia, não houve grande oportunidade para escrutinar o conflito de interesses entre o exercício presidencial e o negócio privado dos Trump. Nos últimos dias, as poucas vozes independentes que restam na América, em especial o The New York Times, começaram a divulgar as suas investigações sobre os negócios de Trump com as criptomoedas. Como ele exigia compras antecipadas dos seus tokens da World Liberty Financial a parceiros externos para influenciar a procura. Como usava o seu nome para os convencer. E agora, como usa a sua função e a sua residência oficial de presidente para valorizar os seus criptomemes.
Já se sabia que o estatuto especial de Elon Musk, que ao contrário dos funcionários públicos, não está impedido de tomar decisões em áreas nas quais tem interesses financeiros, era a prova do caminho dos Estados Unidos em direcção a um estado oligárquico, quando não cleptocrático. Os negócios da SpaceX ou a transformação da rede X em órgão oficial da comunicação do governo são preocupantes. Mas o que acontece com as criptomoedas da família Trump é escandaloso. Porque ao lado dos seus investimentos e do uso do simbolismo das funções presidenciais para aumentar o valor dos seus activos pessoais ou familiares, Trump lançou um plano para acabar com todas as instâncias de supervisão e controlo das criptomoedas. Ou seja, limpou o caminho para o seu próprio enriquecimento.
Saber como é que isto é possível na América, o país que até há bem pouco era admirado pelos democratas por causa dos seus freios e contra-freios do poder, exige esforço. Mas exige também proximidade e conhecimento desta brutal transformação da América. Por isso convidámos para este episódio do P24 Pedro Guerreiro, correspondente do PÚBLICO nos Estados Unidos.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Quer ir jantar com o homem mais poderoso do mundo no próximo dia 22 de Maio, no seu clube de golfe exclusivo, seguido do direito de uma visita à Casa Branca? Na internet, Donald Trump deixava instruções muito claras para os candidatos: Digam ao Presidente quantos criptomemes com o seu nome e da sua mulher têm na carteira. Como seria de esperar, o anúncio levou a uma corrida aos criptomemes Trump e Melania, que num só dia valorizaram 60%. Quem ganhou com a cedência da imagem do poder político democrático à negociata? Donald Trump, claro está.
Durante as barafundas com as tarifas, com as perseguições a juízes ou a jornalistas, as ameaças de anexação do Canadá ou da Gronelândia, não houve grande oportunidade para escrutinar o conflito de interesses entre o exercício presidencial e o negócio privado dos Trump. Nos últimos dias, as poucas vozes independentes que restam na América, em especial o The New York Times, começaram a divulgar as suas investigações sobre os negócios de Trump com as criptomoedas. Como ele exigia compras antecipadas dos seus tokens da World Liberty Financial a parceiros externos para influenciar a procura. Como usava o seu nome para os convencer. E agora, como usa a sua função e a sua residência oficial de presidente para valorizar os seus criptomemes.
Já se sabia que o estatuto especial de Elon Musk, que ao contrário dos funcionários públicos, não está impedido de tomar decisões em áreas nas quais tem interesses financeiros, era a prova do caminho dos Estados Unidos em direcção a um estado oligárquico, quando não cleptocrático. Os negócios da SpaceX ou a transformação da rede X em órgão oficial da comunicação do governo são preocupantes. Mas o que acontece com as criptomoedas da família Trump é escandaloso. Porque ao lado dos seus investimentos e do uso do simbolismo das funções presidenciais para aumentar o valor dos seus activos pessoais ou familiares, Trump lançou um plano para acabar com todas as instâncias de supervisão e controlo das criptomoedas. Ou seja, limpou o caminho para o seu próprio enriquecimento.
Saber como é que isto é possível na América, o país que até há bem pouco era admirado pelos democratas por causa dos seus freios e contra-freios do poder, exige esforço. Mas exige também proximidade e conhecimento desta brutal transformação da América. Por isso convidámos para este episódio do P24 Pedro Guerreiro, correspondente do PÚBLICO nos Estados Unidos.
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