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O som que começamos a ouvir neste episódio do P24 é de uma campanha contra a violência sexual na infância e juventude que foi para o ar há dois anos. Desde então até aos nossos dias, o que era um facto preocupante, tornou-se uma ferida aberta na sociedade. Que exige outras respostas por parte dos agentes policiais, dos tribunais, do Governo e de todos nós: os crimes sexuais contra crianças e jovens cresceram 46% entre 2022 e 2024, para um total de mais de 5100 crimes em três anos, segundo os dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
Vale a pena perceber do que estamos a falar. Não porque o entendimento das causas deste problema nos sirva para o relativizar. Pelo contrário. Quando se sabe que o pai ou mãe assumem papel de agressores em 38,3% dos casos relatados, sobra a sensação de que os crimes que nos chegam ao conhecimento podem ser uma pequena parte da realidade. As paredes e a reserva da vida privada podem esconder outra parte. O receio e a impossibilidade de entrar na intimidade das famílias pode de alguma forma facilitar a multiplicação da violência sexual e a impunidade dos criminosos.
Mas há outras zonas em que talvez haja mais margem para inverter as tendências de multiplicação destes crimes. É neste ponto em concreto que se colocam as propostas para proibir telemóveis nas escolas para jovens com menos de 12 anos. Ou a petição entregue no Parlamento que quer impedir o acesso às redes sociais por menores de 16 anos. Há outros argumentos para apoiar os que defendem estas medidas, mas poucos serão tão poderosos como os que consideram o telemóvel e as redes sociais como ferramentas que multiplicam a violência sexual: as partilhas online de conteúdos relacionados com o abuso sexual de menores passaram de 1356 casos em 2022 para 1988 no ano passado.
Este retrato alarmante da APAV vai ao encontro das conclusões do relatório de segurança interna, o RASI. Neste documento oficial, os abusos aumentaram 38%, as violações 20,7% e a pornografia de menores 13,8%. Todos os anos haverá em Portugal 77 vítimas menores abusadas sexualmente.
Saber o que fazer para se travar esta tendência é crucial. Para protegermos as nossas crianças e jovens. E para acreditarmos numa sociedade fundada em valores, capaz de se mobilizar no combate a este género de crimes particularmente intoleráveis. E também em estratégias que garantam o cuidado e a assistência às vítimas. Tarefas exigentes, mas indispensáveis, sobre a qual quisemos falar com Margarida Gaspar de Matos, que é Licenciada em Psicologia, especializada em Psicoterapia cognitivo-comportamental, doutorada em Motricidade Humana e Professora Catedrática na Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
By PÚBLICO5
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O som que começamos a ouvir neste episódio do P24 é de uma campanha contra a violência sexual na infância e juventude que foi para o ar há dois anos. Desde então até aos nossos dias, o que era um facto preocupante, tornou-se uma ferida aberta na sociedade. Que exige outras respostas por parte dos agentes policiais, dos tribunais, do Governo e de todos nós: os crimes sexuais contra crianças e jovens cresceram 46% entre 2022 e 2024, para um total de mais de 5100 crimes em três anos, segundo os dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
Vale a pena perceber do que estamos a falar. Não porque o entendimento das causas deste problema nos sirva para o relativizar. Pelo contrário. Quando se sabe que o pai ou mãe assumem papel de agressores em 38,3% dos casos relatados, sobra a sensação de que os crimes que nos chegam ao conhecimento podem ser uma pequena parte da realidade. As paredes e a reserva da vida privada podem esconder outra parte. O receio e a impossibilidade de entrar na intimidade das famílias pode de alguma forma facilitar a multiplicação da violência sexual e a impunidade dos criminosos.
Mas há outras zonas em que talvez haja mais margem para inverter as tendências de multiplicação destes crimes. É neste ponto em concreto que se colocam as propostas para proibir telemóveis nas escolas para jovens com menos de 12 anos. Ou a petição entregue no Parlamento que quer impedir o acesso às redes sociais por menores de 16 anos. Há outros argumentos para apoiar os que defendem estas medidas, mas poucos serão tão poderosos como os que consideram o telemóvel e as redes sociais como ferramentas que multiplicam a violência sexual: as partilhas online de conteúdos relacionados com o abuso sexual de menores passaram de 1356 casos em 2022 para 1988 no ano passado.
Este retrato alarmante da APAV vai ao encontro das conclusões do relatório de segurança interna, o RASI. Neste documento oficial, os abusos aumentaram 38%, as violações 20,7% e a pornografia de menores 13,8%. Todos os anos haverá em Portugal 77 vítimas menores abusadas sexualmente.
Saber o que fazer para se travar esta tendência é crucial. Para protegermos as nossas crianças e jovens. E para acreditarmos numa sociedade fundada em valores, capaz de se mobilizar no combate a este género de crimes particularmente intoleráveis. E também em estratégias que garantam o cuidado e a assistência às vítimas. Tarefas exigentes, mas indispensáveis, sobre a qual quisemos falar com Margarida Gaspar de Matos, que é Licenciada em Psicologia, especializada em Psicoterapia cognitivo-comportamental, doutorada em Motricidade Humana e Professora Catedrática na Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa.
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