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Confirma-se: as notícias da morte política de Miguel Albuquerque eram um bocadinho exageradas. Arguido por suspeita de crimes tão graves como corrupção activa, presidente de um governo onde quatro dos seus secretários regionais estão envolvidos em casos investigados pela Justiça, o líder do PSD Madeira ignorou as críticas e os pedidos de demissão, foi a jogo e ganhou: o seu partido elegeu 23 deputados e pode ambicionar a maioria absoluta se fizer um acordo com o parceiro tradicional, o CDS, que elegeu um. Não é, no entanto, esta a única excepcionalidade da política Madeira: movimento Juntos pelo Povo subiu ao segundo lugar no número de deputados, o PS caiu para 15% e ficou em terceiro lugar e o Chega perdeu mais de um terço dos seus eleitores e um deputado.
O que nos dizem estes números? Em primeiro lugar que os madeirenses estão cansados da permanente crise política. Com três eleições quase seguidas, decidiram dar força ao partido com mais hipóteses de garantir uma maioria e penalizaram fortemente a oposição. O Chega, que avançou com uma moção de confiança, e o PS que o acompanhou, sofreram pesadas derrotas. Por outro lado, ao colocarem o PSD e Albuquerque no limiar da maioria absoluta, os madeirenses e porto-santenses mostraram que as suspeitas judiciais não contaram na sua decisão soberana. Depois da aparatosa operação que envolveu 300 inspectores e investigadores e dois aviões da Força Aérea, o caso da Madeira não atou nem desatou no último ano. Depois de tanto barulho seguido de tanto silêncio, os eleitores tendem a acreditar que, como diz Miguel Albuquerque, tudo se resume a denúncias anónimas.
Como seria de esperar, os ecos do bailinho da Madeira que o PSD e o Juntos pelo Povo souberam dançar chegaram ao continente. Não, não faz sentido inferir que os resultados deste domingo são um ensaio do que pode acontecer em Maio nas eleições para a Assembleia da República. Mas, no frente a frente, Luís Montenegro tem razões para sorrir e Pedro Nuno Santos e André Ventura para ficarem preocupados. Quem ganhou e perdeu foram os partidos e os líderes regionais, mas faz parte da tradição que as lideranças nacionais reclamem as vitórias ou expliquem as derrotas.
E agora, o que vai acontecer na Madeira? E que dinâmicas podem essas eleições causar nas próximas legislativas? Oportunidade para falarmos com David Santiago, editor de Política do PÚBLICO.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Confirma-se: as notícias da morte política de Miguel Albuquerque eram um bocadinho exageradas. Arguido por suspeita de crimes tão graves como corrupção activa, presidente de um governo onde quatro dos seus secretários regionais estão envolvidos em casos investigados pela Justiça, o líder do PSD Madeira ignorou as críticas e os pedidos de demissão, foi a jogo e ganhou: o seu partido elegeu 23 deputados e pode ambicionar a maioria absoluta se fizer um acordo com o parceiro tradicional, o CDS, que elegeu um. Não é, no entanto, esta a única excepcionalidade da política Madeira: movimento Juntos pelo Povo subiu ao segundo lugar no número de deputados, o PS caiu para 15% e ficou em terceiro lugar e o Chega perdeu mais de um terço dos seus eleitores e um deputado.
O que nos dizem estes números? Em primeiro lugar que os madeirenses estão cansados da permanente crise política. Com três eleições quase seguidas, decidiram dar força ao partido com mais hipóteses de garantir uma maioria e penalizaram fortemente a oposição. O Chega, que avançou com uma moção de confiança, e o PS que o acompanhou, sofreram pesadas derrotas. Por outro lado, ao colocarem o PSD e Albuquerque no limiar da maioria absoluta, os madeirenses e porto-santenses mostraram que as suspeitas judiciais não contaram na sua decisão soberana. Depois da aparatosa operação que envolveu 300 inspectores e investigadores e dois aviões da Força Aérea, o caso da Madeira não atou nem desatou no último ano. Depois de tanto barulho seguido de tanto silêncio, os eleitores tendem a acreditar que, como diz Miguel Albuquerque, tudo se resume a denúncias anónimas.
Como seria de esperar, os ecos do bailinho da Madeira que o PSD e o Juntos pelo Povo souberam dançar chegaram ao continente. Não, não faz sentido inferir que os resultados deste domingo são um ensaio do que pode acontecer em Maio nas eleições para a Assembleia da República. Mas, no frente a frente, Luís Montenegro tem razões para sorrir e Pedro Nuno Santos e André Ventura para ficarem preocupados. Quem ganhou e perdeu foram os partidos e os líderes regionais, mas faz parte da tradição que as lideranças nacionais reclamem as vitórias ou expliquem as derrotas.
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