
Sign up to save your podcasts
Or
Henrique Gouveia e Melo apresenta nesta quinta-feira a sua candidatura sem sabermos ao certo quem ele é e, mais importante, o que pensa, o que defende e o que propõe para a Presidência da República. Num sistema político-partidário que acusa sinais de desgaste e revela sintomas de crise profunda, esse desconhecimento tanto pode ser bom, como mau. Poderá ser bom se o almirante contribuir para a renovação da política nacional, se apresentar novas portas de saída, se for capaz de motivar os partidos a abrir-se e a agir em defesa do interesse nacional; poderá ser mau se a sua voz se juntar aos apelos populistas que condenam os partidos e reduzem a política a um campo minado pela corrupção.
Henrique Gouveia e Melo nasceu em Quelimane, Moçambique, em 1960 e teve uma carreira brilhante na armada, onde chegou a chefe do estado-maior. Na vida pública, deu nas vistas quando liderou com coragem, obstinação e eficiência o plano de vacinação da covid-19. Os portugueses apreciaram o seu discurso duro com que enfrentou críticos ou os que se opuseram às suas medidas. Havia afinal alguém capaz de fazer, de andar para a frente sem olhar a subterfúgios e expedientes.
Muitas vezes, o voluntarismo do almirante bateu de frente com o primado da lei. O castigo imposto aos marinheiros do Mondego, considerado ilegal pelo tribunal, foi disso um bom exemplo. Outras vezes, o tamanho do seu ego incomodou, como quando numa revista da Armada se comparou a D. João II, o Príncipe Perfeito. Entretanto, o que foi dizendo tanto serve para acalmar os ânimos, como para suscitar perguntas: dizer que não amparará os extremismos reforça a sua condição de democrata, mas avisar que se situa entre o socialismo e a social-democracia revela ausência de conhecimento e de substância política.
Com as sondagens a colocá-lo à frente da corrida das presidenciais do próximo ano, Gouveia e Melo terá tempo para ser testado e mostrar o que é e o que vale. Mas no actual contexto político, as indefinições do seu perfil obrigam a perguntas. São algumas dessas perguntas que queremos abordar neste episódio com Filipa Raimundo, investigadora do instituto de ciências sociais e professora no ISCTE em Lisboa.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
5
33 ratings
Henrique Gouveia e Melo apresenta nesta quinta-feira a sua candidatura sem sabermos ao certo quem ele é e, mais importante, o que pensa, o que defende e o que propõe para a Presidência da República. Num sistema político-partidário que acusa sinais de desgaste e revela sintomas de crise profunda, esse desconhecimento tanto pode ser bom, como mau. Poderá ser bom se o almirante contribuir para a renovação da política nacional, se apresentar novas portas de saída, se for capaz de motivar os partidos a abrir-se e a agir em defesa do interesse nacional; poderá ser mau se a sua voz se juntar aos apelos populistas que condenam os partidos e reduzem a política a um campo minado pela corrupção.
Henrique Gouveia e Melo nasceu em Quelimane, Moçambique, em 1960 e teve uma carreira brilhante na armada, onde chegou a chefe do estado-maior. Na vida pública, deu nas vistas quando liderou com coragem, obstinação e eficiência o plano de vacinação da covid-19. Os portugueses apreciaram o seu discurso duro com que enfrentou críticos ou os que se opuseram às suas medidas. Havia afinal alguém capaz de fazer, de andar para a frente sem olhar a subterfúgios e expedientes.
Muitas vezes, o voluntarismo do almirante bateu de frente com o primado da lei. O castigo imposto aos marinheiros do Mondego, considerado ilegal pelo tribunal, foi disso um bom exemplo. Outras vezes, o tamanho do seu ego incomodou, como quando numa revista da Armada se comparou a D. João II, o Príncipe Perfeito. Entretanto, o que foi dizendo tanto serve para acalmar os ânimos, como para suscitar perguntas: dizer que não amparará os extremismos reforça a sua condição de democrata, mas avisar que se situa entre o socialismo e a social-democracia revela ausência de conhecimento e de substância política.
Com as sondagens a colocá-lo à frente da corrida das presidenciais do próximo ano, Gouveia e Melo terá tempo para ser testado e mostrar o que é e o que vale. Mas no actual contexto político, as indefinições do seu perfil obrigam a perguntas. São algumas dessas perguntas que queremos abordar neste episódio com Filipa Raimundo, investigadora do instituto de ciências sociais e professora no ISCTE em Lisboa.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
7 Listeners
0 Listeners
2 Listeners
14 Listeners
2 Listeners
6 Listeners
16 Listeners
4 Listeners
2 Listeners
2 Listeners
0 Listeners
0 Listeners
7 Listeners
20 Listeners
0 Listeners
0 Listeners
0 Listeners
0 Listeners
3 Listeners
1 Listeners
0 Listeners
0 Listeners
0 Listeners
6 Listeners
0 Listeners
6 Listeners
0 Listeners
0 Listeners
0 Listeners
0 Listeners
0 Listeners
0 Listeners
0 Listeners
2 Listeners
3 Listeners