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O Governo de Luís Montenegro apresentou-se na tomada de posse como portador de um mandato dos portugueses para promover uma mudança política. Neste juízo, coube tudo tudo: ideologia mais à direita, apoios sociais com aromas de esquerda, resposta aos problemas em vez de letargia e tudo isto sem pôr em causa o mantra da política portuguesa contemporânea: as contas certas. Um ano depois da posse, todos estes juízos e toda esta autoavaliação está sujeita a um duplo escrutínio dos eleitores: o de hoje, dia da efeméride, e o de dia 18 de Maio, data das próximas eleições. Será que o governo da AD consegue provar todos estes méritos? Ou a tese do PS que denuncia um governo displicente que apenas se entreteve a desbaratar o saldo financeiro do seu antecessor vai prevalecer?
Bem sabemos que na decisão dos portugueses vão pesar outras coisas. O caso da Spinunviva paira sobre a cabeça do primeiro-ministro; a decisão de avançar com uma moção de confiança condenada à partida a ser chumbada transfere, aos olhos de muitos eleitores, o ónus da crise para Montenegro e seus pares. Mas para lá da circunstância que fez desabar o Governo, a crise de Março, muitos eleitores, talvez a maioria, vão decidir o seu voto de acordo com a avaliação que fazem do estado do país. Como, de resto, acontece em todas as eleições.
Ora, neste balanço há de tudo. Da falha inapelável em estancar os problemas da saúde ao regresso da paz nas escolas, pelo menos para já, das políticas de imigração típicas da direita ao reforço do complemento solidário para idosos próprio da direita, passando pelo corte no IRS em especial para jovens ou nos aumentos salariais de 17 categorias da função pública, há medidas para tudo e todos. Serão estas medidas vistas como boas para o país? Serão tidas apenas como iscos eleitoralistas para atrair votos numas eleições que, bem se sabia, estavam para acontecer mais tarde ou mais cedo? O país cuja economia e sociedade começam a dispensar, felizmente, o Governo aguenta mais um ano ou dois de navegação à vista, com governos frágeis e incapazes de fazer mudanças de fundo?
Pedro Norton, gestor e colunista do PÚBLICO, é um observador atento da realidade política nacional e é o convidado deste episódio para nos ajudar a situar o que está em causa ao fim de um ano do Governo.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
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O Governo de Luís Montenegro apresentou-se na tomada de posse como portador de um mandato dos portugueses para promover uma mudança política. Neste juízo, coube tudo tudo: ideologia mais à direita, apoios sociais com aromas de esquerda, resposta aos problemas em vez de letargia e tudo isto sem pôr em causa o mantra da política portuguesa contemporânea: as contas certas. Um ano depois da posse, todos estes juízos e toda esta autoavaliação está sujeita a um duplo escrutínio dos eleitores: o de hoje, dia da efeméride, e o de dia 18 de Maio, data das próximas eleições. Será que o governo da AD consegue provar todos estes méritos? Ou a tese do PS que denuncia um governo displicente que apenas se entreteve a desbaratar o saldo financeiro do seu antecessor vai prevalecer?
Bem sabemos que na decisão dos portugueses vão pesar outras coisas. O caso da Spinunviva paira sobre a cabeça do primeiro-ministro; a decisão de avançar com uma moção de confiança condenada à partida a ser chumbada transfere, aos olhos de muitos eleitores, o ónus da crise para Montenegro e seus pares. Mas para lá da circunstância que fez desabar o Governo, a crise de Março, muitos eleitores, talvez a maioria, vão decidir o seu voto de acordo com a avaliação que fazem do estado do país. Como, de resto, acontece em todas as eleições.
Ora, neste balanço há de tudo. Da falha inapelável em estancar os problemas da saúde ao regresso da paz nas escolas, pelo menos para já, das políticas de imigração típicas da direita ao reforço do complemento solidário para idosos próprio da direita, passando pelo corte no IRS em especial para jovens ou nos aumentos salariais de 17 categorias da função pública, há medidas para tudo e todos. Serão estas medidas vistas como boas para o país? Serão tidas apenas como iscos eleitoralistas para atrair votos numas eleições que, bem se sabia, estavam para acontecer mais tarde ou mais cedo? O país cuja economia e sociedade começam a dispensar, felizmente, o Governo aguenta mais um ano ou dois de navegação à vista, com governos frágeis e incapazes de fazer mudanças de fundo?
Pedro Norton, gestor e colunista do PÚBLICO, é um observador atento da realidade política nacional e é o convidado deste episódio para nos ajudar a situar o que está em causa ao fim de um ano do Governo.
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