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Prever as linhas de fundo dos negócios estrangeiros da administração Trump tornou-se um quebra-cabeças. É por isso que o anúncio de um acordo de cessar-fogo no conflito da Ucrânia feito pelo secretário de Estado Maro Rubio, esta quarta-feira, requer meditação e cautela. De repente, o que se suspeitava sobre uma mudança do papel dos Estados Unidos no conflito extinguiu-se.
O acordo que se antevia ser uma impossibilidade depois do chocante episódio de bullying de Vlodimir Zelensky na Casa Branca, deixou de o ser. Os Estados Unidos que apareceram no processo de paz por si decidido como claros procuradores dos interesses do Kremlin, trataram de equilibrar a sua posição.
O que se sabe dos termos do acordo é pouco e vago. A Ucrânia aceita um cessar-fogo de 30 dias e, entretanto, os Estados Unidos voltam a garantir a Kiev não apenas apoio militar como informações sensíveis sobre o teatro da guerra. A Polónia, por onde passa a ajuda norte-americana, já confirmou o regresso da ponte aérea que permite levar armas para a frente em Kursk ou no Donbass. As acusações de Trump a Zelensky, um ditador, um líder que não quer a paz, esbateram-se como este apoio. O Presidente, pressionado pelos europeus e pelos ucranianos, terá percebido que não é possível um acordo de paz no qual a Ucrânia apareça com uma corda ao pescoço.
Ainda sem se saber o que a Rússia tem a dizer sobre esta proposta de cessar-fogo, e sobre o inesperado regresso do apoio militar e logístico dos Estados Unidos à Ucrânia, há uma série de dúvidas que este passo no processo negocial suscita: será que a Rússia, a recuperar terreno na Ucrânia e a avançar no leste, aceita parar o conflito? E será este cessar-fogo um primeiro passo para a negociação de um acordo de paz? Se hoje os ucranianos parecem já ter percebido que o seu sonho de integrar a NATO é uma miragem, terão já metido na cabeça que os russos jamais abdicarão de territórios acabados?
Entre um passo positivo e o fim de uma guerra que ameaça a estabilidade europeia, quisemos saber com o embaixador Francisco Seixas da Costa quais os horizontes abertos por este cessar-fogo. Francisco Seixas da Costa é um diplomata na reforma que foi secretário de Estado dos Assuntos Europeus e embaixador de Portugal em França, no Brasil ou nos Estados Unidos.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Prever as linhas de fundo dos negócios estrangeiros da administração Trump tornou-se um quebra-cabeças. É por isso que o anúncio de um acordo de cessar-fogo no conflito da Ucrânia feito pelo secretário de Estado Maro Rubio, esta quarta-feira, requer meditação e cautela. De repente, o que se suspeitava sobre uma mudança do papel dos Estados Unidos no conflito extinguiu-se.
O acordo que se antevia ser uma impossibilidade depois do chocante episódio de bullying de Vlodimir Zelensky na Casa Branca, deixou de o ser. Os Estados Unidos que apareceram no processo de paz por si decidido como claros procuradores dos interesses do Kremlin, trataram de equilibrar a sua posição.
O que se sabe dos termos do acordo é pouco e vago. A Ucrânia aceita um cessar-fogo de 30 dias e, entretanto, os Estados Unidos voltam a garantir a Kiev não apenas apoio militar como informações sensíveis sobre o teatro da guerra. A Polónia, por onde passa a ajuda norte-americana, já confirmou o regresso da ponte aérea que permite levar armas para a frente em Kursk ou no Donbass. As acusações de Trump a Zelensky, um ditador, um líder que não quer a paz, esbateram-se como este apoio. O Presidente, pressionado pelos europeus e pelos ucranianos, terá percebido que não é possível um acordo de paz no qual a Ucrânia apareça com uma corda ao pescoço.
Ainda sem se saber o que a Rússia tem a dizer sobre esta proposta de cessar-fogo, e sobre o inesperado regresso do apoio militar e logístico dos Estados Unidos à Ucrânia, há uma série de dúvidas que este passo no processo negocial suscita: será que a Rússia, a recuperar terreno na Ucrânia e a avançar no leste, aceita parar o conflito? E será este cessar-fogo um primeiro passo para a negociação de um acordo de paz? Se hoje os ucranianos parecem já ter percebido que o seu sonho de integrar a NATO é uma miragem, terão já metido na cabeça que os russos jamais abdicarão de territórios acabados?
Entre um passo positivo e o fim de uma guerra que ameaça a estabilidade europeia, quisemos saber com o embaixador Francisco Seixas da Costa quais os horizontes abertos por este cessar-fogo. Francisco Seixas da Costa é um diplomata na reforma que foi secretário de Estado dos Assuntos Europeus e embaixador de Portugal em França, no Brasil ou nos Estados Unidos.
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